INTRODUÇÃO: As lesões térmicas intencionais são relativamente comuns na infância. Por apresentarem maior taxa de mortalidade em relação as não intencionais, torna-se imprescindível que sejam identificadas de forma precoce, para orientar o manejo clínico e diminuir sequelas funcionais, estéticas e psicológicas. OBJETIVO: Analisar o perfil clínico dos casos de queimaduras intencionais em crianças. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa que utilizou PubMed, Scopus e Medline como bases de dados. Os descritores utilizados foram: Burns; Pediatrics; Child abuse e operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão foram: estudos entre 2015-2020, nos idiomas português, inglês e espanhol. Artigos duplicados entre as bases de dados e trabalhos que não enquadram-se a esse tipo de estudo foram excluídos. RESULTADOS: Observou-se a prevalência de lesões térmicas intencionais em menores de dois anos, com predominância no sexo masculino. Quanto a raça, os negros foram mais acometidos. Os mecanismos de trauma mais comuns estavam ligados a queimaduras por escaldadura, através da imersão da vítima, e por contato, com destaque para o uso de cigarros. Quanto as características, as lesões eram de espessura total, geralmente associada a fraturas e hematomas. As regiões ligadas a esse tipo de evento foram os pés, as nádegas e o períneo. Quanto aos determinantes, observou-se uma ligação com baixas condições socioeconômicas, famílias monoparentais, com pais mais jovens, e histórico de uso de álcool ou drogas. Essas vítimas também apresentaram maior risco de mortalidade e internamentos em UTI’s. CONCLUSÃO: As queimaduras intencionais estão ligadas geralmente a crianças menores, com pais solteiros e em condições sociais desfavoráveis. CONTRIBUIÇÕES E IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: Saber identificar condições precipitantes a esse trauma e o perfil clínico mais acometido, possibilitam uma melhor assistência. Assim como, o fortalecimento de políticas de prevenção a violência infantil.