Introdução: A diarreia aguda é caracterizada como um dos cinco problemas mais importantes entre crianças menores de 5 anos, por conta do elevado índice de morbimortalidade. Objetivo: Descrever como ocorre o manejo da diarreia aguda infantil em comunidade quilombola, com base na Teoria Transcultural. Método: Pesquisa descritiva exploratória realizada de novembro de 2017 a março de 2020 com 64 responsáveis por crianças de até 5 anos de idade da comunidade quilombola de Praia Grande, Ilha de Maré, Salvador-BA. Este estudo é parte da pesquisa de doutorado intitulada “Prevenção e manejo domiciliar da doença diarreica aguda infantil em comunidade quilombola”, defendido em abril de 2020 pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia. Resultados: À luz da Teoria Transcultural foram analisados nove cuidados à criança com quadros diarreicos: 1) Uso de calçados; 2) Oferta de chás; 3) Reza; 4) Prática de higiene das mãos; 5) Auxílio da rede de suporte; 6) Preparo do soro caseiro e da solução com os sais de reidratação oral; 7) Oferta da água de coco; 8) Uso de dipirona; e 9) A opção por não ofertar nenhum tipo de assistência. Discussão: Os cuidados enumerados do 1-5 se relacionam ao modo de ação dito como de “manutenção”, pois não demonstraram nenhum potencial de prejuízo à saúde da criança. Os cuidados 6 e 7 tiveram de ser negociados e os de número 8 e 9 tiveram de ser reestruturados, por conta do potencial de gerar prejuízos à saúde da criança. Conclusão: É importante considerar os aspectos culturais nos cuidados em saúde para evitar o que a Teoria Transcultural caracteriza como “imposição cultural”. Contribuições para a Enfermagem: Estudos com respaldado em Teorias de Enfermagem têm como potencial contribuir para a qualificação da assistência.