E-RACE - REVISTA DA REUNIÃO ANUAL DE CIÊNCIA E EXTENSÃO, No 12

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VARÍOLA DO MACACO E ODONTOLOGIA

Thais Gonçalves BERNARDES, Rodrigo Antônio de FARIA

Resumo


A Varíola do macaco ou Monkeypox (MPX) é uma doença contagiosa que ocorre principalmente nas regiões africanas, entretanto, atualmente está presente em vários países endêmicos da doença. Será revisado nesse trabalho o possível impacto da varíola do macaco na odontologia e suas principais características. Foram obtidos bases de dados da Organização Mundial da Saúde e Centros de Controle e Prevenção de Doenças, sobre modos de transmissão, sinais e sintomas e manejo, sendo incluído o risco de sua transmissão ocupacional em ambientes odontológicos.A fase inicial da doença clínica dura entre 1 e 5 dias, onde os pacientes podem apresentar: febre, dor de cabeça, dor nas costas, dores musculares, fadiga e linfadenopatia (o que distingue da varicela). Já na segunda fase, que se inicia após 1 a 3 dias depois do desaparecimento da febre, é caracterizada pelo surgimento de uma erupção cutânea. Após 2 a 3 semanas, a erupção progride por vários estágios, podendo se assemelhar com varicela e sífilis (a diferença é a evolução uniforme das lesões), até chegar na formação de crostas e descamação, que depois cai. A erupção começa na face e se espalha para a palma das mãos e pés. A MPX (varíola do macaco) é uma doença autolimitada com mortalidade muito baixa e que pode durar de 2 a 4 semanas. O diagnóstico da doença ocorre por meio de testes laboratoriais (RT-PCR) que detectam sequências específicas do MPXV (vírus da varíola do macaco) em amostras do paciente. No contexto odontológico, as lesões primárias se originam na orofaringe antes de se manifestarem na pele. Pápulas periorais que formam bolhas e ulcera foram relatadas inicialmente no surto atual. Desse modo, os cirurgiões dentistas podem ser os primeiros a detectar os sintomas precursores da MPX, logo, devem manter um alto grau de suspeita, sendo essencial um exame completo da mucosa oral para lesões maculares e papulares em todos os pacientes, principalmente ao examinar pacientes com linfadenopatia. Assim, em ambientes de atendimento odontológico, a transmissão pode ser evitadas tomando precauções padrão, de contato e de controle de infecção por gotículas ao tratar pacientes com sintomas de MPX. Portanto, pode-se concluir que a varíola do macaco já se encontra fora de países endêmicos, no entanto, dentistas devem permanecer vigilantes na prevenção de sua propagação, além de observar os sinais premonitórios da doença, que geralmente aparecem na mucosa oral como máculas e úlceras. Com isso, a implementação de medidas de controle de infecção por contato e gotículas, isolamento de pacientes e encaminhamento são essenciais.

Texto Completo: VARÍOLA DO MACACO E ODONTOLOGIA