O aumento da violência nas últimas décadas trouxe inúmeras consequências sociais, entre elas, o aumento de traumas faciais. Os traumatismos faciais tem se tornado um tópico prevalente entre os profissionais da saúde devido às suas complicações que englobam a integridade física, estética e psicológica do paciente que foi agredido. Lesões crânio-faciais causadas intencionalmente por facas recebem a nomenclatura de “Síndrome de Jael”, como uma referência à história bíblica em que Joel assassina Sísera. O presente trabalho consiste em um relato de caso de agressão por arma branca em face, juntamente à uma revisão de literatura a respeito da epidemiologia e condutas clínicas-cirúrgicas. A paciente do relato, sexo feminino de vinte e quatro anos, encaminhada ao serviço de urgência e emergência, em que após tomografia, estabilização e avaliação neurológica, foi levada ao centro cirúrgica, sob anestesia geral balanceada por intubação orotraqueal, para remoção do objeto perfuro-cortante. Dessa maneira, é de suma importância que o cirurgião compreenda da anatomia e abordagens clínica-cirúrgicas para evitar sequelas nas funções que dependem da integridade facial, como a mastigação, respiração, deglutição e percepção do meio, que engloba a audição, visão, fala e olfato, além da preservação da identidade e autoimagem do paciente.