A cefaleia tensional (CTT) é a mais frequente das cefaleias primárias, relacionada com estresse físico, muscular ou emocional. Apresenta-se de fraca a moderada intensidade, com sensação de aperto ou pressão na região frontal, occipital ou holocraniana, normalmente bilateral, manifestando espasmos da musculatura pericraniana e dor miofascial. Assim, paciente M.R.G., sexo feminino, 21 anos, procurou profissional habilitado com queixa de CTT crônica. Relatou diagnóstico e acompanhamento prévio com neurologista, com infiltrações de corticóide em pontos gatilhos e prescrição de AINES e analgésicos opióides orais para crises, mas sem resultado satisfatório. É vestibulanda, com bruxismo, sem prática de exercício físico e má postura como tentativa de disfarçar aumento volumétrico por linfangioma congênito na região cervical direita. Ao exame físico foram observados nódulos hiperestésicos atrás da orelha direita e em occipital e sensibilidade à palpação do masseter. Ao exame intraoral apresentou facetas de desgastes oclusais. Após assinatura do TCLE, foram aplicadas 150 unidades de toxina botulínica tipo A (TBA) nos músculos occipitofrontal, temporal, deltóide, masseter e esternocleidomastóideo e confecção de placa rígida de acrílico com ajuste oclusal. Após três semanas, paciente relatou melhora na qualidade de vida, com resultado que perdura por cerca de cinco meses. Conclui-se que o tratamento com TBA tem importante eficácia quando bem indicada no tratamento de CTT e bruxismo, sendo considerado procedimento indolor e sem efeitos adversos.