O objetivo deste estudo foi investigar o entendimento dos profissionais de odontologia na detecção e manejo de situações clínicas indicativas de violência contra mulheres. O estudo seguiu as diretrizes do PRISMA e registrou um protocolo de revisão sistemática no PROSPERO. Uma busca sistemática foi conduzida usando a estratégia PICo, abrangendo seis bases de dados principais (PubMed, Scopus, LILACS, SciELO, Web of Science e Embase). Além disso, três bases de dados (OpenGrey, OpenThesis e OATD) foram consultadas para busca parcial da “literatura cinzenta”. Foram considerados estudos observacionais (transversais, de coorte ou caso-controle), sem restrições de ano ou idioma de publicação. Dois revisores selecionaram e extraíram dados dos estudos elegíveis de maneira independente. O risco de viés foi avaliado utilizando a ferramenta JBI. A busca inicial resultou em 10.115 estudos, dos quais 11 preencheram os critérios de inclusão e foram incluídos na análise qualitativa. Estes estudos foram publicados entre 1994 e 2018 e todos apresentaram baixo risco de viés. Surpreendentemente, apenas 1-7,1% dos dentistas examinaram seus pacientes em busca de sinais de violência, enquanto menos de 47% tinham conhecimento para identificar lesões relacionadas com violência. Em relação à identificação de indícios de violência doméstica, menos de 24% dos profissionais responderam de maneira afirmativa. Este estudo revelou deficiências significativas no conhecimento e manejo de situações de violência contra mulheres por parte dos profissionais de odontologia. Portanto, estratégias educacionais são imperativas para preparar esses profissionais na identificação e denúncia de casos suspeitos.