Lesões intraepiteliais cervicais de alto grau (LIEAG) são claramente associadas à ação viral do HPV e seus peptídeos mais importantes E6 e E7. O primeiro atua na proteína p-53 afetando processos críticos da reparação de DNA no ciclo celular e o disparo da apoptose em casos de defeitos adquiridos. O segundo atua no protooncogene Rb e mudança do padrão de ciclo celular. A proteína p-16 atua na regulação do ciclo celular e está superexpressa em células sob ação de variáveis oncogênicas de HPV, em especial nas lesões de alto grau. Ki-67 é uma ciclina expressa em células que estão realizando ciclo celular, podendo de forma quantitativa expressar o grau de proliferação tecidual. Múltiplos ensaios demonstram que a análise da p-16 associada à expressão de Ki-67 pode diferenciar LIEAG que possuam maior potencial de evolução. O presente estudo é um piloto observacional retrospectivo descritivo de avaliação de 19 pacientes com diagnóstico confirmado por histologia de lesão intraepitelial de alto e baixo graus que tiveram a análise de p-16 e Ki-67 realizadas. Foi avaliado o padrão de positividade dos marcadores e correlacionados ao perfil de recidivas e ao grau de lesão cervical. 6 pacientes com LIEBG avaliadas apresentaram p-16 negativa e Ki-67 com fraca expressão em 5 casos (16,6% positividade), enquanto em 9 pacientes LIEAG padrão NIC II, 6 apresentaram forte coloração p-16 e alta expressão de Ki-67 (66,6%) e em 4 pacientes com LIEAG de padrão NIC III, todos apresentaram alta expressão de p-16 e Ki-67 (100%). Os dados apresentados confirmam os achados de literatura, mostrando que a expressão de p-16 e Ki-67 são úteis em quadros intermediários de LIEAG em padrão NIC II, sendo redundantes em NIC III e pouco discriminadoras em LIEBG. Palavras-chave: neoplasia de colo uterino; lesão intraepitelial escamosa cervical; HPV, p-16, Ki-67