A EMT como recurso terapêutico junto às sequelas oriundas do AVE (afasia, disfagia, desordens motoras, depressão) foram evidenciadas em revisões sistemáticas e meta-análises no ano de 2022 apontando níveis altos de maturidade científica em termos de publicações para esse recurso (AHMED, et al, 2022; CHEN, et al, 2022; KROGH et al, 2022; XIA et al., 2022; GHOLAMI et al, 2022; BAI et al, 2022; KIELAR, et al, 2022; YANG, et al, 2021; SHEN, et al, 2022).  Nas desordens do aparelho locomotor, a EMT no tratamento pós-AVE tem sua aplicação destinada ao comprometimento dos membros superiores e membros inferiores associadas ou não a outras condutas não invasivas de estimulação cerebral. Resultados positivos de qualidade científica moderada a alta foram elucidados em uma revisão sistemática e metanálise recente envolvendo um n de 5 estudos com 1.102 participantes (Ahmed, et al. 2022), corroborando resultados obtidos por Chen (2022) incluindo o refinamento na motricidade fina do membro superior quando utilizada a EMT repetitiva. Quanto a função dos membros inferiores expressada pela capacidade de andar e força muscular máxima, a EMT repetitiva demonstrou efeitos positivos durante a fase de recuperação de pacientes pós-AVE, Parkinson e alguns tipos de lesões medulares, com baixo risco de viés encontrados nos estudos relacionados (Krogh, 2022). Uma ampla gama de protocolos e disparidades amostrais dentre os estudos apontados reforçam a necessidade de mais estudos que apontem seguramente qual modalidade de EMT e em que frequência de estimulações promovam resultados mais significativos. A fase de evolução do AVE também deve ser considerada para contribuir com essas considerações. Uma revisão sistemática publicada em 2022 comparou diversos protocolos de EMT para reabilitação do membro superior e constatou que a EMT repetitiva numa frequência acima de 10 Hz pode ser a melhor conjuntura para pacientes pós-AVE na tentativa recuperação do membro superior relacionado às atividades de vida diária (Xia, 2022). Entretanto, estudos de revisão sistemática envolvendo ensaios randomizados e controlados comparando protocolos não foram encontrados a partir dos critérios de busca deste relatório.

Referências Bibliográficas

 1- AHMAD, Zafran et al. Short term effects of anodal cerebellar vs. anodal cerebral transcranial direct current stimulation in stroke patients, a randomized control trial. Frontiers in Neuroscience, v. 16, p. 1035558, 2022.

2- CHEN, Gengbin et al. Effects of repetitive transcranial magnetic stimulation on upper-limb and finger function in stroke patients: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Frontiers in neurology, v. 13, p. 940467, 2022.

3- KROGH, Søren et al. Efficacy of repetitive transcranial magnetic stimulation for improving lower limb function in individuals with neurological disorders: A systematic review and meta-analysis of randomized sham-controlled trials. Journal of Rehabilitation Medicine, v. 54, 2022.

4- XIA, Yuan et al. Comparative efficacy of different repetitive transcranial magnetic stimulation protocols for stroke: A network meta-analysis. Frontiers in Neurology, v. 13, p. 918786, 2022.

5- GHOLAMI, Mehrnaz; POURBAGHI, Nooshin; TAGHVATALAB, Samaneh. Evaluation of rTMS in patients with poststroke aphasia: a systematic review and focused meta-analysis. Neurological Sciences, v. 43, n. 8, p. 4685-4694, 2022.

6- BAI, Zhongfei et al. Immediate and long-term effects of BCI-based rehabilitation of the upper extremity after stroke: a systematic review and meta-analysis. Journal of neuroengineering and rehabilitation, v. 17, p. 1-20, 2020.

7- KIELAR, Aneta; PATTERSON, Dianne; CHOU, Ying-hui. Efficacy of repetitive transcranial magnetic stimulation in treating stroke aphasia: systematic review and meta-analysis. Clinical Neurophysiology, v. 140, p. 196-227, 2022.

8- YANG, Weiwei et al. The effect of repetitive transcranial magnetic stimulation on dysphagia after stroke: a systematic review and meta-analysis. Frontiers in Neuroscience, v. 15, p. 769848, 2021..

9- SHEN, Yiting et al. Repetitive transcranial magnetic stimulation and transcranial direct current stimulation as treatment of poststroke depression: a systematic review and meta-analysis. The Neurologist, v. 27, n. 4, p. 177-182, 2022.