NEUROFEEDBACK (NFB) NOS DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON (DP)
Resumo
Em 2014 foi publicada uma revisão sistemática que demonstrava naquele momento a escassez de evidências clínicas que embasavam o tratamento clínico da DP por NFB por Esmail (2014) sendo este estudo citado numa nova revisão, agora mais atualizada ratificando achados com a mesma equidade (Anil, 2021). Falhas nos relatórios de dados numéricos de alguns estudos; informações e perspectivas clínicas insuficientes; número limitado de abordagens metodológicas comparáveis, foram alguns problemas apontados. Caracteristicamente, os pacientes com DP apresentam níveis patologicamente aumentados de atividade beta-oscilatória, e de acordo com o estudo de Bichsel (2021), forneceu-se a primeira evidência de pacientes ganhando rapidamente controle em tempo real sobre a atividade oscilatória profunda do cérebro por meio de NFB visual, estudo em humanos e invasivo (Bichsel, 2021). Achados de Cook, Pfeifer e Tass (2021) forneceram a primeira evidência para a viabilidade do treinamento de NFB como terapia não invasiva para reduzir a atividade relacionada à DP, estudo esse de caso único (Cook, 2021). Achados referentes a melhora no rítmo sensório-motor e estudos experimentais com primatas também foram evidenciados com o uso do NFB (Philippens et al. 2017). Um ensaio clínico randomizado recente demonstrou que indivíduos com DP podem aumentar a conectividade funcional da Ínsula-dmFC direita usando neurofeedback NFB baseada em ressonânica magnética funcional combinado com imagens motoras cinestésicas (Tinaz, 2022). Um estudo randomizado e controlado mostrou que a NFB pode melhorar o equilíbrio do paciente com DP, mas intervenção foi breve e não intensiva. Também a falta de medidas de acompanhamento foi uma limitação deste estudo. Seria interessante investigar os efeitos do NFB a longo prazo (Azarpaikan, 2014). Dentro da temática analisada, a técnica ainda se encontra muito prematura, carente de estudos que possam preencher algumas das lacunas científicas citadas no texto anteriormente.
Referências Bibliográficas
1-ESMAIL, Sanad; LINDEN, David EJ. Neural networks and neurofeedback in Parkinson’s disease. Neuroregulation, v. 1, n. 3-4, p. 240-240, 2014..
2-ANIL, Krithika et al. A systematic review of neurofeedback for the management of motor symptoms in Parkinson’s disease. Brain Sciences, v. 11, n. 10, p. 1292, 2021..
3-BICHSEL, Oliver et al. Deep brain electrical neurofeedback allows Parkinson patients to control pathological oscillations and quicken movements. Scientific Reports, v. 11, n. 1, p. 7973, 2021..
4-COOK, Alexander J.; PFEIFER, Kristina J.; TASS, Peter A. A single case feasibility study of sensorimotor rhythm neurofeedback in Parkinson’s disease. Frontiers in neuroscience, p. 65, 2021.
5-PHILIPPENS, Ingrid HCHM et al. Sensorimotor rhythm neurofeedback as adjunct therapy for Parkinson's disease. Annals of clinical and translational neurology, v. 4, n. 8, p. 585-590, 2017..
6-TINAZ, Sule et al. Neurofeedback-guided kinesthetic motor imagery training in Parkinson’s disease: Randomized trial. NeuroImage: Clinical, v. 34, p. 102980, 2022.
7- AZARPAIKAN, Atefeh; TORBATI, Hamidreza Taherii; SOHRABI, Mehdi. Neurofeedback and physical balance in Parkinson's patients. Gait & posture, v. 40, n. 1, p. 177-181, 2014.
REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE
PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
ISSN 2965-2340