REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 3, No 3 (2023)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

NEUROFEEDBACK (NFB) NOS DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON (DP)

Alexandre Roque da Silva, Cristiano de Lima Silvestre

Resumo


Em 2014 foi publicada uma revisão sistemática que demonstrava naquele momento a escassez de evidências clínicas que embasavam o tratamento clínico da DP por NFB por Esmail (2014) sendo este estudo citado numa nova revisão, agora mais atualizada ratificando achados com a mesma equidade (Anil, 2021). Falhas nos relatórios de dados numéricos de alguns estudos; informações e perspectivas clínicas insuficientes; número limitado de abordagens metodológicas comparáveis, foram alguns problemas apontados. Caracteristicamente, os pacientes com DP apresentam níveis patologicamente aumentados de atividade beta-oscilatória, e de acordo com o estudo de Bichsel (2021), forneceu-se a primeira evidência de pacientes ganhando rapidamente controle em tempo real sobre a atividade oscilatória profunda do cérebro por meio de NFB visual, estudo em humanos e invasivo (Bichsel, 2021).  Achados de Cook, Pfeifer e Tass (2021) forneceram a primeira evidência para a viabilidade do treinamento de NFB como terapia não invasiva para reduzir a atividade relacionada à DP, estudo esse de caso único (Cook, 2021). Achados referentes a melhora no rítmo sensório-motor e estudos experimentais com primatas também foram evidenciados com o uso do NFB (Philippens et al. 2017). Um ensaio clínico randomizado recente demonstrou que indivíduos com DP podem aumentar a conectividade funcional da Ínsula-dmFC direita usando neurofeedback NFB baseada em ressonânica magnética funcional combinado com imagens motoras cinestésicas (Tinaz, 2022). Um estudo randomizado e controlado mostrou que a NFB pode melhorar o equilíbrio do paciente com DP, mas intervenção foi breve e não intensiva. Também a falta de medidas de acompanhamento foi uma limitação deste estudo. Seria interessante investigar os efeitos do NFB a longo prazo (Azarpaikan, 2014). Dentro da temática analisada, a técnica ainda se encontra muito prematura, carente de estudos que possam preencher algumas das lacunas científicas citadas no texto anteriormente.

 

Referências Bibliográficas

1-ESMAIL, Sanad; LINDEN, David EJ. Neural networks and neurofeedback in Parkinson’s disease. Neuroregulation, v. 1, n. 3-4, p. 240-240, 2014..

2-ANIL, Krithika et al. A systematic review of neurofeedback for the management of motor symptoms in Parkinson’s disease. Brain Sciences, v. 11, n. 10, p. 1292, 2021..

3-BICHSEL, Oliver et al. Deep brain electrical neurofeedback allows Parkinson patients to control pathological oscillations and quicken movements. Scientific Reports, v. 11, n. 1, p. 7973, 2021..

4-COOK, Alexander J.; PFEIFER, Kristina J.; TASS, Peter A. A single case feasibility study of sensorimotor rhythm neurofeedback in Parkinson’s disease. Frontiers in neuroscience, p. 65, 2021.

5-PHILIPPENS, Ingrid HCHM et al. Sensorimotor rhythm neurofeedback as adjunct therapy for Parkinson's disease. Annals of clinical and translational neurology, v. 4, n. 8, p. 585-590, 2017..

6-TINAZ, Sule et al. Neurofeedback-guided kinesthetic motor imagery training in Parkinson’s disease: Randomized trial. NeuroImage: Clinical, v. 34, p. 102980, 2022.

7- AZARPAIKAN, Atefeh; TORBATI, Hamidreza Taherii; SOHRABI, Mehdi. Neurofeedback and physical balance in Parkinson's patients. Gait & posture, v. 40, n. 1, p. 177-181, 2014.




 

 

REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE

PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ISSN 2965-2340