REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 3, No 3 (2023)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

FREQUÊNCIA DO SUPORTE VENTILATÓRIO NÃO INVASIVO NA EXACERBAÇÃO AGUDA DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Isabella Verônica Cassiano Ribeiro, Júlia Rafaela de Sales Felix, Cristiano de Lima Silvestre

Resumo


O presente resumo teve como base um trabalho acadêmico realizado por estudantes do curso de pós-graduação Lato Senso em fisioterapia na terapia intensiva do Centro de Especialização e Aperfeiçoamento Profissional – CFAPP, Recife – PE.O mesmo teve como objetivo Identificar a frequência do suporte ventilatório não invasivo na exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica. O estudo teve um enquadramento metodológico Transversal, prospectivo, de campo, explicativo, descritivo, observacional, utilizando o método quantitativo, onde será realizada pesquisa nos prontuários dos pacientes para analisar o efeito da ventilação não invasiva nos pacientes com DPOC exacerbada. Posteriormente a essa fase cada membro da pesquisa, com anuência da unidade, realizará pesquisa primeiro com um formulários dos dados sociodemográficos dos pacientes respondidos com o examinador/paciente.  Formulários acerca das informações específicas sobre o tema proposto pela pesquisa. A pergunta norteadora da pesquisa foi: Qual a frequência do suporte ventilatório não invasivo na exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica? A hipótese levantada foi que a frequência do uso de ventilação mecânica não invasiva em de paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica exacerbada seria de 30%1. Critério de inclusão:Pacientes com idade igual ou superior à 40 anos, que foram admitidos de forma consecutiva na unidade hospitalar, submetidos à ventilação não invasiva.Critério de exclusão:Pacientes com os dados sociodemograficos incompletos durante a coleta de dados, traqueostomizados previamente em uso de VNI, que fizeram uso de ventilação mecânica invasiva ou que ainda não tiveram alta. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é um dos problemas crônicos de saúde mais comum. Segundo a Global Initiative for ChronicObstructiveLungDisease (GOLD), a DPOC é considerada uma doença passível de prevenção e tratamento, que frequentemente deixa de ser diagnosticada na América Latina.1  De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 210 milhões de pessoas no mundo têm DPOC. No Brasil, vem ocupando entre a 4ª e 7ª posição entre as principais causas de morte. Em 2003, a DPOC foi a 5ª maior causa de hospitalização de pacientes maiores de 40 anos no sistema público de saúde do Brasil e a estimativa é de que a doença se torne a terceira principal causa de morte por volta do ano de 20202.2,3 É uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo. A prevalência aumenta com a idade, consequentemente muito maior em fumantes e ex-fumantes, em indivíduos de ≥40 anos de idade, sendo mais prevalente em homens. 4 A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VNI) é um recurso terapêutico de pressão positiva fornecido aos paciente a partir de uma interface sem a utilização de uma prótese de via aérea artificial, através das modalidades de pressão positiva contínua na via aérea (continuous positive airwaypressure - CPAP) que usa um único nível pressórico e a ventilação em dois níveis de pressão (BINÍVEL) chamada pressão positiva inspiratória (inspiratory positive airwaypressure- IPAP) e a pressão positiva expiratória (expiratory positive airwaypressure - EPAP) 12.  Diante da exacerbação da doença, o uso de ventilação mecânica não invasiva é um recurso que pode ser utilizado para evitar intubação orotraqueal (IOT) e os seus fatores de riscos associado a ventilação mecânica invasiva, como pneumonia associado a ventilação mecânica (PAV), estenose traqueal e evitar mobi-mortalidade 13. A interface da VNI irá influenciar na adesão do paciente ao tratamento, uma vez que a escolha dessa modalidade sobre a interface adequada e a presença da equipe bem treinada aumenta a chance de sucesso da VNI. Com a relação a interface, as mais utilizadas são:  máscara nasal, oronasal e a facial total. 12 Considerando a DPOC como uma doença de impacto social, epidemiológico e econômico e um alto número de hospitalizações com a utilização de suporte ventilatório, faz-se relevante responder a pergunta da pesquisa: Qual a frequência do uso de ventilação não invasiva em paciente com exacerbação da doença pulmonar obstrutiva crônica?

Orientador:

Cristiano de Lima Silvestre

Cristianosilvestre@grupocefapp.com.br

Fisioterapeuta, especialista em terapia intensiva pela ASSOBRAFIR, Mestrando em educação física na UPE. Coordenador do programa de pós graduação de fisioterapia em terapia intensiva pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional - CFAPP - PE e PB, coordenador do serviço de fisioterapia dos Hospitais Santa Teresinha e Fraturas - PE, fisioterapeuta Intensivista do Hospital Agamenon Magalhães e Hospital Correia Picanço -PE. Professor do Centro Universo Recife, Docente de diversos programas de pós graduação na área de enfermagem e fisioterapia na região Nordeste. Fone: +81 99751-1210

 

 

Referências Bibliográficas

 

1-            Viana Rctp; Pincelli Mp; Pizzichini E; Silva Ap; Manes J; Marconi Td; Et Al. Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):47-54.

2-            Araujo, Ms. Avaliação Do Impacto De Um Programa De Reabilitação Pulmonar Na Capacidade De Exercício Em Portadoras De Linfangioleiomiomatose.  Doctoral Dissertation, Universidade De São Paulo.2015

3-            Kyil Ft; Gunen H; Agca M; Gungor S; Yalcinsoy M; Sucu P; Et Al. F. Tokgoz Akyil Et Al. Arch Bronconeumol. 2016;52(9):470–476.

4-            Bräunlich J; Köppe-Bauernfeind N; Petroff D; Franke A; Wirtz Ah. Nasal High-Flow Compared To Non-Invasive Ventilation In Treatment Of Acute Acidotic Hypercapnic Exacerbation Of Chronic Obstructive Pulmonary Disease—Protocol For A Randomized Controlled Noninferiority Trial (Elvis). Acastanhado Et Ai. Ensaios. 2022; 23-28.

5-            Patel Ar.;Patel Ar; Singh S; Singh S; Khawaja I. Global Initiative For Chronic Obstructive Lung Disease: The Changes Made.Cureus, 2019; 11(6); 49-85.

6-            Agusti, A.; Hogg, Jc. Update On The Pathogenesis Of Chronic Obstructive Pulmonary Disease. N Engl J Med.2019; 381(13): 1248-1256

 

7-            Cruz, Mr; Zamora, Vec. Ventilação Mecânica Não Invasiva. Revista Hupe. 2013;12(3):92-101.

8-            Fernandes, Abs. Reabilitação Respiratória Em Dpoc–A Importância Da Abordagem Fisioterapêutica. Pulmão Rj-Atualizações Temáticas. 2009; 1(1): 71-78.

9-            Ike D;Jamami M; Marino Dm; Ruas G; Pessoa Bv. Efeitos Do Treinamento De Força De Membros Superiores Na Força Muscular Periférica E Na Capacidade Funcional De Pacientes Com Dpoc.  Fisioter. Mov; 2010; 23(3):429-437.

10-          Sarmento Jjv. Fisioterapia Respiratória No Paciente Crítico. 3 Ed. São Paulo: Manole, 2010.

11-          Maccari Jg, Teixeira C, Gazzana Mb; Et Al. Terapia Inalatória Em Ventilação Mecânica. J Bras. Pneumol. 2015; 41(5)467- 472.

12-         Passarini, J. N. D. S., Zambon, L., Morcillo, A. M., Kosour, C., & Saad, I. A. B. Utilização Da Ventilação Não Invasiva Em Edema Agudo De Pulmão E Exacerbação Da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Na Emergência: Preditores De Insucesso. Revista Brasileira De Terapia Intensiva.2012; 24, 278-283.

Duarte, T., Et Al. Ventilação Não Invasiva: Como Identificar A Resposta Terapêutica?. Revista Da Sociedade Portuguesa De Medicina Interna (2019): 113-119.



 

 

REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE

PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ISSN 2965-2340