REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 3, No 3 (2023)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

SAÚDE MENTAL EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA TERAPIA INTENSIVA

Manuela Paulina dos Santos França, Cristiano de Lima Silvestre, Clarissa Rocha Panconi Piccinini

Resumo


O presente resumo teve como base um trabalho acadêmico realizado por estudantes do curso de pós-graduação Lato Senso em fisioterapia na terapia intensiva do Centro de Especialização e Aperfeiçoamento Profissional – CFAPP, Recife – PE.O mesmo teve como objetivo Mensurar a prevalência de profissionais de saúde na Unidade de Terapia Intensiva que apresentam sintomas indicativos de problemas em saúde mental associados aos trabalho. O estudo teve um enquadramento metodológico tipo Prospectivo, de campo, transversal, utilizando o método quantitativo. A pesquisa contará com 02 instrumentos de coleta de dados: questionário composto por 22questões do instrumento Maslach Burnout Inventory (MBI) e Questionário de avaliação da qualidade de vida no trabalho QWLQ-78, aplicados a profissionais lotados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Vale do Unaem Palmares/PE. A pergunta norteadora da pesquisa foi: Qual a prevalência de profissionais de saúde na Unidade de Terapia Intensiva que apresentam sintomas indicativos de problemas em saúde mental associados aos trabalho? A hipótese levantada foi a que Os profissionais que trabalham em ambientes considerados críticos, como as unidades de tratamento intensivo (UTI), apresentam alta predisposição para serem acometidos pelo sofrimento psíquico, tendo em vista a complexidade das ações ali realizadas, o estresse gerado durante a sua realização e a ocorrência de morte de pacientes1. Critérios de inclusão:Profissionais de saúde que atuam em terapia intensiva por um período igual ou superior a 1 ano. Critérios de exclusão:profissionais licenciados ou de férias. O trabalho é uma atividade essencial, relevante, de extrema e indiscutível importância na vida do ser humano, na qual está diretamente relacionado com expectativas e frustrações pessoais e/ou profissionais. O gradativo aumento das doenças ocupacionais pode estar relacionado, entre outros aspectos, ao acentuado ritmo de trabalho e à intensificação do que é exigido ao trabalhador na execução de suas funções laborais. Diversos são os fatores que tendem a colocar o trabalhador em situações de vulnerabilidade, como, por exemplo, a sobrecarga de trabalho, metas inatingíveis, condições de trabalho inadequadas, baixo reconhecimento profissional, cobranças por produtividade, conflitos interpessoais ou medo de perder o emprego 8. Dentro desse contexto de risco à saúde ocupacional, encontram-se as Unidades de Terapia Intensiva, por se tratarem de ambientes altamente estressantes, com convívio diário com situações que envolvem risco de morte ao paciente, ambiente fechados, muitas vezes sem acesso a exposição de luz natural, possuírem rotinas de trabalho exigentes e desgastantes, que envolvem rotineiramente questões éticas e tomada de decisões difíceis, acarretando em impactos a sua saúde9,10,11,12. Dentre esses impactos, encontra-se a síndrome de Burnout (SB), que foiinicialmente descrita por Freudenberg (1974) como uma síndrome composta por exaustão, desilusão e isolamento, utilizando-se da expressão “staff burnout”, onde descreve-se um indivíduo com burnout como estando frustrado ou com fadiga desencadeada pelo investimento em determinada causa, modo de vida ou relacionamento que não correspondeu às expectativas. Podemos definir a síndrome, de modo geral, sendo um transtorno adaptativo ao estresse crônico associado às altas demandas e exigências laborais 14,15,16,17. De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é definida como um tipo de resposta prolongada a interpessoais crônicos e estressores emocionais no ambiente de trabalho e a incluiu na relação de doenças ocupacionais, classificando-a como um transtorno mental e do comportamento relacionado ao trabalho, por meio do Código Internacional de Doenças, CID10/ código Z73.0 (Organização Mundial de Saúde [OMS], 2000). Considerando a definição da síndrome burnout e da sua importância para os profissionais da área de terapia intensiva, faz-se necessário através da relevância do tema responder a pergunta de pesquisa: Qual a prevalência de profissionais de saúde na Unidade de Terapia Intensiva que apresentam sintomas indicativos de problemas em saúde mental associados aos trabalho?

Orientador:

Cristiano de Lima Silvestre

Cristianosilvestre@grupocefapp.com.br

Fisioterapeuta, especialista em terapia intensiva pela ASSOBRAFIR, Mestrando em educação física na UPE. Coordenador do programa de pós graduação de fisioterapia em terapia intensiva pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional - CFAPP - PE e PB, coordenador do serviço de fisioterapia dos Hospitais Santa Teresinha e Fraturas - PE, fisioterapeuta Intensivista do Hospital Agamenon Magalhães e Hospital Correia Picanço -PE. Professor do Centro Universo Recife, Docente de diversos programas de pós graduação na área de enfermagem e fisioterapia na região Nordeste. Fone: +81 99751-1210

Referências Bibliográficas 

1.      Monteiro JK, Oliveira ALL, Ribeiro CS, Grisa GH, Agostini N. Adoecimento Psíquico deTrabalhadores de Unidades deTerapia Intensiva. PsicologiaCiência E Profissão,2013, 33 (2), 366-379.

2.      Trigo TR, Teng CT, Hallak JC. Síndrome de burnout ou estafa profissional eos transtornos psiquiátricos. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 34, n. 5, p.223-233, 2007.

3.      Murofuse NT, Marziale MHP. Mudanças no trabalho e na vida de bancários portadores de Lesões por Esforços Repetitivos: LER. Revista Latino- Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 9, n. 4, p. 19-25, 2001.

4.      Oliveira PR, Tristão RM, Neiva ER. Burnout e suporte organizacional em profissionais de UTI-Neonatal: Educação Profissional: Ciência e Tecnologia. Jul-Dez 2006, volume 1, número 1, p.27-37.

5.      Dejours C, Abdoucheli E, Jayet C. Psicodinâmica do trabalho: contribuiçõesda escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994.

6.      Bouyer, G.C. Contribuição da PsicodinâmRica do Trabalho para o debate: “o mundo contemporâneo do trabalho e a saúde mental do trabalhador”.Rev. bras. Saúde ocup, São Paulo, 35 (122): 249-259, 2010.

7.      Bueno M, Macêdo KB. A Clínica psicodinâmica do trabalho: de Dejours às pesquisas brasileiras. ECOS, Volume2, Número2, 2012.

8.      Cardoso HF, Baptista MN, Sousa DFA, Júnior EG. Síndrome de burnout: análise da literatura nacional entre 2006 e 2015. Rev. Psicol., Organ. Trab., Brasília, v. 17, n. 2, p. 121-128, jun.2017 .

9.      Fernandes MA, Neta HTC, Sousa ELN, Marziale MHP, Pedrosa JIS, Veloso JO. Saúde mental dos enfermeiros da unidade de terapia intensiva de um hospital de ensino. Rev enferm UFPE on line, Recife, 9(Supl. 10):1437-44, dez., 2015.

10.   Paschoa S, ZaneI SSV, Whitaker IY. Qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva. ACTA ENFERMAGEM, 2007; 20 (3): 305-310.

11.     Fogaça MC, Carvalho WB, NOGUEIRA PCK, MARTINS LAN. Estresse ocupacional e suas repercussões na qualidade de vida de médicos e enfermeirosintensivistaspediátricoseneonatais.Rev.bras.ter.intensiva vol.21 no.3 São Paulo July/Aug. 2009.

12.   Cavaleiro AM, Moura DFJ, Lopes AC. Estresse de enfermeiros com atuação em Unidade de Terapia Intensiva. Rev latino-am enfermagem [Internet].2008.

13.   Lucchesi M, Macedo PCM, Marco M. A. Saúde Mental na Unidade de Terapia Intensiva. Rev. SBPH v.11 n.1 Rio de Janeiro jun. 2008.

14.     Nascimento CP, Miranda VC, Ferreira JB, Morais KCS. Síndrome de burnout em fisioterapeutas intensivistas. Revista Pesquisa em Fisioterapia. 2017 Maio;7(2):188-198.

15.   Schuster MS, Dias VV, Grohmann MZ, Marquetto MF. Maslach Burnout Inventory– GeneralSurvey(MBI-GS):umaaplicaçãoem instituição de enspúblicofederal.                   IVencontrodegestãodepessoaserelaçõesetrabalho. Brasília/ DF, 2013.

16.   Medland J,Howard RJ, Whitaker E. Fostering psychosocial wellness in oncology nUrses: addressing burnout and social support in the workplace. Oncol Nurs Forum. 2004 Jan-Feb; 31(1):47-54.

17.   Joddas DA, Haddad MCL. Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Acta Paul Enferm 2009;22(2):192-7.

18.   Melo EMVB, SantosRLN, Cavalcante CAT, Siqueira DG, MedeirosLP, Sousa DA. Prevalência da Síndrome de Burnout nas UTI’s em Enfermeiros de um Hospital Escola do Recife. Id on Line Revista de Psicologia, Novembro de 2014, vol.8, n.24, p. 127-136. ISSN 1981-1189.

19.   Maslach C, Jackson S. Maslach Burnout Inventory. Consulting Psychologists Press. 1986;2.

20.   Jbeil I, Chafic E. Síndrome de Burnout: Identificação, tratamento e prevenção. Cartilha informativa de prevenção à Síndrome de burnout em professores.

21.   Abreu KL, Stoll I, Ramos LS, Baumgardt RA, Kristensen CH. Estresse ocupacional e Síndrome de Burnout no exercício profissional da psicologia. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 22, n. 2, p. 22-29, June 2002.

22.   Menezes PCM, Alves ESRC, Neto SAA, Davim RMA, Guaré RO.Síndromede Burnout: uma análise reflexiva. Rev enferm UFPE on line, Recife, 11(12):5092-101, dec., 2017. ISSN: 1981-8963.

23.   Andrade PS, Cardoso TAO. Prazer e dor na docência: revisão bibliográfica sobre a Síndrome de Burnout. Saúde Soc [Internet]. 2012 [cited 2017 July 5]; 21(1):129-40.

24.     Millan L. A Síndrome de Burnout: realidade ou ficção? Revista da Associação Medica Brasileira. 2007, v.53, n.1.

25.   Castro F, Zanelli JC. Síndrome de burnout e projeto de ser. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo, v. 10, n. 2, p. 17-33, dez.2007.

26.   Júnior D, Pilatti L. (2011). Qualidade de vida no trabalho: construção e validação do questionário QWLQ-78. Revista Brasileira de Qualidade de Vida.




 

 

REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE

PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ISSN 2965-2340