REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 3, No 3 (2023)

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PERFIL DA UTILIZAÇÃO DO MODO VENTILATÓRIO VOLUME GARANTIDO EM RECÉM-NASCIDOS SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA

Thaís Fernanda Batista de Lima, Cristiane dos Santos Gomes, Cristiano de Lima Silvestre

Resumo


O presente resumo teve como base um trabalho acadêmico realizado por estudantes do curso de pós-graduação Lato Senso em fisioterapia na terapia intensiva do Centro de Especialização e Aperfeiçoamento Profissional – CFAPP, Recife – PE.O mesmo teve como objetivo Identificar o perfil da utilização do modo ventilatória volume garantido em recém-nascidos sob ventilação mecânica. O estudo teve um enquadramento metodológico Observação longitudinal, e em sua amostra recém-nascidos que precisaram ficar na unidade de terapia intensiva do Hospital Agamenon Magalhães e que utilizaram ventilação mecânica no modo volume garantido. A pergunta norteadora da pesquisa foi: Qual o perfil de utilização do volume garantido do modo ventilatório em recém-nascidos em ventilação mecânica? Critérios de inclusão: Serão incluídos recém-nascidos prematuros, de ambos os sexos, com idade gestacional < 37 semanas e que estejam em ventilação mecânica por mais de 24h. Critérios de exclusão: Serão excluídos os prematuros que forem a óbito ou que sejam transferidos para outro hospital com menos de 24h de vida ou ainda durante o curso da ventilação mecânica, por não poder acompanhar o desfecho final desse prematuro. Inicialmente, serão realizadas visitas diárias à UTIN do HAM para seleção dos RNPT cujo perfil se enquadre com os critérios de elegibilidade da pesquisa. Após a identificação desses neonatos, o pesquisador entrará em contato com seus responsáveis legais para apresentar a pesquisa, explicar seus objetivos e convidá-los a participar da mesma. Caso concordem, deverão assinar o Termo de Consentimento Livre eEsclarecido (TCLE) (Apêndice 1).Em seguida, será realizada a coleta de dados do prontuário onde serão resgatadas informações sobre o parto, dados antropométricos e clínicos dos recém-nascidos em ficha de avaliação (Apêndice 2). À beira do leito, serão coletados os dados sobre o modo ventilatório utilizado e sobre os parâmetros utilizados. O RNPT será acompanhado até ser liberado da ventilação mecânica, até a alta ou até oóbito para recuperação dos dados finais de avaliação. Como trata-se de um estudo observacional, os prematuros não serão submetidos a nenhuma intervenção efetuada pelas pesquisadoras, limitando-se sua atividade apenas em captar os dados do prontuário e do ventilador. O nascimento pré-termo se caracteriza pelo nascimento do concepto com idade gestacional inferior a 37 semanas¹. As condições maternas durante a gravidez ou fatores placentários e até mesmo fetais2 influenciam na adaptação e evolução da vida pós-natal. Ao nascerem os neonatos precisam de uma série de adaptações,principalmente no que se refere à respiração¹. Portanto, a adaptação à vida extra-uterina depende essencialmente de uma função pulmonar adequada que inclui a maturação morfofisiológica e bioquímica do parênquima pulmonar³. O maior problema com que se defronta a equipe responsável pelos recém-nascidos prematuros4 por não possuírem esta função pulmonar adequada, apresentam imaturidade³, instabilidade fisiológica e/ou hemodinâmica2, os distúrbios respiratórios correspondem às intercorrências mais comuns nesse período5. Ainda é considerado elevado o número de internações dos RN nas unidades deterapia intensiva neonatal, em decorrência dos diagnósticos da prematuridade, com muito baixo peso ao nascer, anóxia perinatal, malformações6, infecções congênitas ou adquiridas, hemorragia intracraniana, cardiopatias, fragilidade capila1r aumentada, episódios de apneia, síndrome do desconforto respiratorio7 que predispõe matratamentos especializados para sobreviverem6. Muitas vezes torna-se imprescindível o suporte ventilatório pulmonar mecânico. Este deve proporcionar ao paciente uma estabilização do seu padrão respiratório, além de boas condições de trabalho para o miocárdio. A meta a ser atingida é uma troca gasosa adequada de oxigênio(O2) e dióxido de carbono (CO2) com um mínimo de lesão pulmonar e alterações hemodinâmicas². A ventilação mecânica invasiva é um procedimento terapêutico que ajuda a diminuir a taxa de mortalida de auxiliando o paciente a realizar as suas funções de ventilação e respiração, sendo este considerado um importante sistema de suporte à vida8. Nos últimos anos, o melhor conhecimento da fisiologia do pulmão prematuro associou-se à evolução da tecnologia aplicada aos ventiladores, com incorporação de microprocessadores, possibilidade de ventilação híbrida combinando volume compressão controlada e monitorização da função respiratória. Em paralelo, a alteração das práticas ventilatórias com incremento da ventilação não invasiva (VNI) e estratégias protetoras do pulmão, possibilitam hoje a sobrevivência de RN muito imaturos10.

Orientador:

Cristiano de Lima Silvestre

Cristianosilvestre@grupocefapp.com.br

Fisioterapeuta, especialista em terapia intensiva pela ASSOBRAFIR, Mestrando em educação física na UPE. Coordenador do programa de pós graduação de fisioterapia em terapia intensiva pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional - CFAPP - PE e PB, coordenador do serviço de fisioterapia dos Hospitais Santa Teresinha e Fraturas - PE, fisioterapeuta Intensivista do Hospital Agamenon Magalhães e Hospital Correia Picanço -PE. Professor do Centro Universo Recife, Docente de diversos programas de pós graduação na área de enfermagem e fisioterapia na região Nordeste. Fone: +81 99751-1210.

 

Referências Bibliográficas

1-  Júnior FJMN, Silva JVF, FerreiraALC, RodriguesAPRA.A síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido: fisiopatologia e desafios. Ciências Biológicas e da Saúde,v.2, n.2,p. 189-198,Maceió (AL),2014.

2-  Barbosa LA.; Campos, ACS; Chaves EMC. Complicações não clínicas da ventilação mecânica: ênfase no cuidado de enfermagem neonatal. Acta Paul Enferm,19(4), p. 439-43,Alagoas (AL),2006.

3-  Barbosa AL; Chaves EMC; Campos ACS. Caracterização dos recém-nascidos em ventilação mecânica em uma unidade neonatal. Ver.RENE,Fortaleza,v.8,n.2,p.35-40, 2007.

4-  Nicolau CM; Estudo das repercussões da fisioterapia respiratória sobre a função cárdio-pulmonar em recém-nascimentos pré-termo de muito baixo peso. Dissertação (Mestrado).Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP), 2006.

5-  Oliveira CS; Casagrande GA; Grecco LC; Golin MO. Perfil de recém-nascidospré-termo internados na unidade de terapia intensiva de hospital de alta complexidade. ABCSHealth Sciences.40(1), pag. 28-32,2015.

6-  Santos MLM; Estratégias ventilatórias empregadas na prevenção da lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica em neonatos prematuros. Tese (Doutorado), Convênio Rede Centro-Oeste, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Goiás e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campo Grande (MS), 2009.

7-  Oliveira CHY; Moran CA. Estudo descritivo: ventilação mecânica não invasiva em recém-nascidos pré-termo com síndrome do desconforto respiratório. Con Scientia e Saúde, 8 (3), p. 485-489,2009.

8-  Fiatt MP. Estudo comparativo da pressão de dióxido de carbono arterial e do expirado em neonatos sob ventilação mecânica invasiva em uma uti neonatal. Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Informação Científica e Tecnológica em Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz –FIOCRUZ.PortoAlegre (RS).

9-  Rocha SR; Dornelas LF; Magalhães LC. Instrumentos utilizados para avaliação do desenvolvimentode recém-nascidos pré-termo no Brasil: revisão da lireratura. Ver ISSN 0104-4931, Cad. Ter.Ocup. UFSCar, São Carlos, v.21,n.1,p.109-117,203http://dx.doi.org/10.4322/cto.2013.015.

10-              Jesus D, Almeida PC, Chaves EMC. Analise das complicações do uso da ventilação mecânica em crianças de uma unidade de terapia intensiva pediátrica. Rev.Rene.Fortaleza,v.9, n.4,p.57-64out/dez.2008

11-              MOREIRA, MEL., LOPES, JMA and CARALHO, M., orgs. O recém-nascido de alto risco: teoria e prática do cuidar [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ,2004.564p. ISBN 85-7541-054-7.




 

 

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ISSN 2965-2340