REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 3, No 3 (2023)

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DENGUE HEMORRÁGICA: MECANISMOS IMUNOLÓGICOS

Ezequiel Fabiane Spanholi, Maria das Graças Moura Lobo Moreira, Rita de Cássia Santos Pereira Benigno

Resumo


A dengue hemorrágica é uma forma grave da dengue, doença viral transmitida por mosquitos do gênero Aedes, especialmente o Aedes aegypti. Esta forma mais severa da doença é caracterizada por uma resposta inflamatória exacerbada, que pode levar a complicações potencialmente fatais, como sangramento grave e choque circulatório. Neste resumo crítico, abordaremos os principais aspectos da resposta inflamatória na dengue hemorrágica, incluindo suas causas, mecanismos imunológicos envolvidos, fatores de risco e desafios no tratamento.A dengue hemorrágica pode ser causada pelos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), que são transmitidos pela picada de mosquitos infectados. A resposta inflamatória na dengue hemorrágica é desencadeada pela replicação viral e pela resposta imunológica do hospedeiro. O vírus infecta os macrófagos, células dendríticas e outras células do sistema imunológico, levando à produção de citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina-6 (IL-6) e interferon-γ (IFN-γ). Essas citocinas ativam a cascata inflamatória, resultando em aumento da permeabilidade vascular, ativação plaquetária, disfunção endotelial e danos nos tecidos.Vários fatores de risco estão associados ao desenvolvimento de dengue hemorrágica. Estes incluem a idade do paciente, com crianças e idosos tendo maior probabilidade de desenvolver formas graves da doença. Além disso, a infecção por um sorotipo específico do vírus da dengue pode aumentar o risco de complicações graves, especialmente em indivíduos que já foram expostos a outros sorotipos no passado. Fatores genéticos, imunológicos e ambientais também podem influenciar a gravidade da resposta inflamatória e o desfecho clínico da doença.As manifestações clínicas da dengue hemorrágica incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dor retroorbital, muscular e articular, além de sinais de hemorragia, como sangramento gengival, petéquias, equimoses e hemorragias nas mucosas. A progressão para a dengue hemorrágica pode ser rápida e requer atenção médica urgente para evitar complicações graves.O tratamento da dengue hemorrágica consiste principalmente em suporte, incluindo hidratação intravenosa, reposição de eletrólitos, controle da febre e monitoramento rigoroso dos sinais vitais e da contagem de plaquetas. O manejo da doença é desafiador devido à falta de terapias específicas e à necessidade de distinguir a dengue hemorrágica de outras doenças febris, como malária e febre chikungunya. Além disso, a administração inadequada de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pode piorar a resposta inflamatória e aumentar o risco de sangramento em pacientes com dengue hemorrágica.A compreensão dos mecanismos imunológicos subjacentes à dengue hemorrágica é essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes. Pesquisas futuras devem se concentrar na identificação de biomarcadores precoces de gravidade da doença, no desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes contra a dengue e no estudo de terapias imunomoduladoras para modular a resposta inflamatória exacerbada associada à dengue hemorrágica. Além disso, iniciativas de controle de vetores e medidas de saúde pública são fundamentais para reduzir a transmissão do vírus da dengue e prevenir surtos

 

 

 

 

 

 




 

 

REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE

PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ISSN 2965-2340