REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 3, No 3 (2023)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

AUTO-CUIDADO COMO FORMA DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PÊNIS

Victor José Uchoa de Carvalho, André Sant´Anna Zarife, Magda Helena Rocha Dantas, Cayo Amaral Abreu

Resumo


O câncer de pênis é uma neoplasia, que atinge ainda muitos homens nos países desenvolvidos. A alta incidência é observada em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, onde é mais elevada nas regiões Norte e Nordeste, acometendo principalmente homens na terceira idade, independentemente de sua origem étnica. A incidência do câncer de pênis varia em diferentes regiões do mundo, de acordo com a distribuição geográfica, os  padrões de  higiene, fatores  socioeconômicos, religiosos e práticasculturais(SILVAet al, 2014).No que tange ao aspecto etário,o câncer de pênis no mundo acomete principalmente pacientes entre 60 e 70 anos,  sendo pouco freqüente em adultos jovens e raro em crianças (SALVIONI et al, 2009). Entretanto,indivíduos jovens também podem ser afetados, uma vez que aproximadamente 22% dos casos são registrados em pacientes com idades inferiores a quarenta anos. A doença acomete indivíduos de baixo nível social, com maus hábitos de higiene e não circuncizados, tendo como principal fator de risco a fimose, e muitas vezes está associada ao papilomavírus humano (HPV). (REIS et al, 2010). Em países onde a circuncisão neonatal é um hábito cultural, verifica-se que a incidência do carcinoma de células escamosas do pênis (CCE) é baixa. A higiene adequada e a circuncisão precoce previnem a ocorrência da neoplasia na idade adulta. A história de fimose é encontrada em aproximadamente 85% dos pacientes com câncer de pênis, estando associada às lesões pré-cancerígenas (POW-SANG et al, 2002). A inexperiência dos médicos em identificar clinicamente lesões precursoras ou lesões precoces do cãncer do pênis e a demora dos pacientes em procurar atendimento médico, seja por medo, vergonha ou mesmo desconhecimento, além da dificuldade de acesso aos serviços de saúde em nosso país, fazem com que o diagnóstico se dê tardiamente na maioria dos casos. Esta patologia pode acarretar grande morbidade, tanto pela doença em si quanto pelo tratamento, que inclui a amputação parcial ou total do órgão (WANICK et al, 2011). Apesar da etiologia do câncer de pênis ser desconhecida, vários estudos indicam a associação entre o papilomavírus humano (HPV) e o carcinoma de células escamosas do pênis, principalmente em lesões com padrãobasalóide ou verrugoso(LEITEet al, 2015). As lesões formadas por células escamosas dão origem a massas  tumoraisexofiticas ou ulceradas que são graduadas de acordo com sua atipia celular, número de mitoses, presença de conexão tipo ponte entre células, agregados queratínicos e também necrose celular(BAILÓNet al, 2019). O câncer de pênis no Brasil ocorre com diferenças epidemiológicas visíveis de acordo com as várias regiões geográficas do país, porém deve ser tratado com o mesmo grau de preocupação pelas autoridades de saúde pública. Diante dos fatos pode-seevidenciar que o assunto tem várias vertentes a serem estudadas  e  que  novas  pesquisas  na  área  devem  ser  realizadas  visando  melhorar o conhecimento tanto dos pesquisadores quanto da população alvo. Contudo, entende-se que a prevenção primária ainda é a melhor ferramenta para diminuir o aumento dos casos associados a esta doença (COLACITE et al, 2021).




 

 

REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE

PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ISSN 2965-2340