REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 4, No 4 (2024)

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O USO DE PSICOTERAPIAS NO MANEJO DO PACIENTE COM TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE

Thiago Marques Brito, Raquel Lira Lustosa Carvalho, Gardênia Conceição Santos de Souza

Resumo


Thiago Marques Brito[1]

Raquel Lira Lustosa Carvalho[2]

Gardênia Conceição Santos de Souza[3] 

 

Introdução: Pessoas com transtorno de personalidade borderline (TPB) são caracterizadas pela dificuldade em controlar suas emoções e impulsos comportamentais, tendo dificuldade em manter relacionamentos e um círculo de amizade. Dentre os sentimentos atrelados a esta condição, temos o sentimento de vazio, mudanças súbitas de humor, automutilação e problemas para lidar com o abandono. Todas essas condições se manifestam de forma isolada ou em conjunto, tornando a adesão ao tratamento farmacológico ineficiente. Nesse sentido, a terapia cognitivo-comportamental ganha um papel de protagonismo como forma de trabalhar em diferentes vertentes para a adesão e manutenção do tratamento do TPB. Objetivos: Esta revisão narrativa busca avaliar os efeitos das intervenções psicológicas para o transtorno de personalidade borderline. Metodologia: Pesquisamos artigos publicados nas bases de dados Medline e Cochrane, entre janeiro de 2012 a janeiro de 2022. Os descritores utilizados foram “transtorno de borderline” e “psicoterapia do borderline”. Os artigos selecionados basearam-se nos estudos randomizados com amostras de pacientes comparando uma intervenção psicoterapêutica específica (abrangente) contra outra intervenção de controle sem manejo psicoterapêutico específico (não-abrangente). Resultados: Os estudos examinaram várias modalidades de tratamento psicológico, classificados em tratamentos abrangentes, pois o paciente conversa individualmente com um profissional pelo menos uma parte do tempo e os tratamentos não-abrangentes, que recebem essa nomenclatura porque não envolve trabalho individualizado. Dentre as terapias abrangentes, destacou-se a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Terapia Comportamental Dialética (TCD), tendo esta última mais utilidade para pessoas com TPB, pois apresentou efeitos contundentes, incluindo a diminuição da raiva inapropriada, redução da automutilação e melhora no funcionamento geral quando comparada às terapias não-abrangentes. Conclusão: Foram evidenciados que tanto as terapias abrangentes quanto as não-abrangentes obtiveram resultados de melhoras nos sintomas do TPB, mesmo que discretas. Porém, o destaque foi para a TCD, pois além de ser mais estudada entre os artigos, foi a que mais apresentou resposta clínica benéfica e mais consistente entre os pacientes avaliados, demonstrando certo grau de confiabilidade deste tratamento. Os pacientes que foram submetidos à Terapia Comportamental Dialética relataram haver melhora na adesão da farmacoterapia, bem como melhora substancial no aspecto da saúde mental e socioafetivo em vários segmentos da sua vida.

 

Palavras-chave: Terapia comportamental. Automutilação. Saúde Mental


[1] Estudante de medicina

[2] Médica

[3] Mestre em Gerontologia e Docente da Universo




 

 

REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE

PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ISSN 2965-2340