REVISTA TRANSDISCIPLINAR UNIVERSO DA SAÚDE, Vol. 4, No 4 (2024)

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DESAFIOS A SEREM VENCIDOS NA DOENÇA RENAL CRÔNICA

Rita de Cássia Santos Pereira Benigno, Victor José Uchoa de Carvalho, Tiago José de Macedo Cadidé

Resumo


A doença renal crônica é considerada problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a incidência e a prevalência de falência de função renal estão aumentando; o prognóstico ainda é ruim e os custos do tratamento da doença são altíssimos. Independentemente da etiologia da doença de base, os principais desfechos em pacientes com DRC são as suas complicações (anemia, acidose metabólica, desnutrição e alteração do metabolismo de cálcio e fósforo), decorrentes da perda funcional renal, óbito (principalmente, por causas cardiovasculares) e perda de função renal (BASTOS, M., BREGMAM, R., KIRSZTAIN, G, 2010). Tem-se considerado o papel da inflamação subclínica na progressão das doenças crônico-degenerativas. A inflamação é um processo fisiológico em resposta a diferentes estímulos como infecções, alterações físico-químicas e antigênicas ou danos traumáticos. A resposta inflamatória necessita ser precisamente regulada, uma vez que deficiências ou excessos dessa resposta estão diretamente relacionados com mortalidade e morbidade. Nesse contexto, existem evidências de ativação do sistema imune em estágios precoces e tardios da DRC (GERARD C, ROLLINS BJ, 2001). Existem também evidências clínicas e experimentais que corroboram o papel das citocinas e quimiocinas na instalação e progressão da DRC nas doenças glomerulares (LAN, HY et al, 1995). A detecção precoce e o tratamento adequado em estágios iniciais ajudam a prevenir os desfechos deletérios e a subsequente morbidade relacionados às nefropatias. Ademais, resultam em potenciais benefícios para qualidade de vida, longevidade e redução de custos associados ao cuidado em saúde. A importância da identificação da enfermidade não se restringe somente ao acesso à terapia renal substitutiva. O adequado diagnóstico precoce e tratamento permite reduzir complicações e mortalidade cardiovasculares. Tais metas são desafiadoras onde o acesso aos serviços de saúde é limitado, com número reduzido de nefrologistas para o acompanhamento (MARINHO, A. et al, 2017). A descoberta de novas abordagens diagnósticas e terapêuticas alternativas para a DRC cada vez mais se impõem. Nesse contexto, a pesquisa de biomarcadores tem assumido grande importância. Diante das evidências clínicas e experimentais, é incontestável o papel da inflamação na DRC. Dessa forma, é fundamental o entendimento dos efeitos de quimiocinas e citocinas na instalação e progressão da lesão renal, tendo em vista a possibilidade de definir novos marcadores prognósticos e, talvez até alvos terapêuticos alternativos e mais eficientes. No entanto, apesar de grande avanço no conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos que relacionam a resposta imuno-inflamatória à DRC, muitos aspectos ainda precisam ser elucidados (VIANNA, H. et al, 2011). Quando não controlada adequadamente e acompanhada por médico especialista, fatalmente a evolução da doença se dará de modo mais rápido. A terapia renal substitutiva (TRS) hemodiálise (HD) ocasiona mudanças abruptas no dia a dia dos pacientes com doença renal crônica (DRC). Alterações e limitações na realização de atividades de vida diária ocasionam grande impacto nas emoções e na qualidade de vida (QV) do paciente com DRC dialítica. O modo como cada indivíduo lida com a doença renal e suas conse-quências é bastante pessoal, não existindo uma forma ideal de enfrentamento da terapêutica. A hemodiálise afeta de forma negativa a QV porque está relacionada à fatores físicos, emocionais, ocupação, deslocamento e complicações da terapia (DEVEZAS, A. et al, 2022).

 




 

 

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PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ISSN 2965-2340